quinta-feira, 29 de julho de 2010

São Bento mobiliza Saúde de Bayeux em conferência

A Secretaria Municipal de Saúde de Bayeux assumiu na tarde desta quinta-feira, 29, o compromisso de apresentar até o próximo dia 10 de agosto soluções para os problemas no atendimento em saúde na cidade. A promessa foi feita durante uma conferência promovida pela comunidade de São Bento, que colocou suas queixas, evento que reuniu quase 90 pessoas no salão da igreja São Bento. A apresentação da resposta da prefeitura será acompanhada pelo Conselho Municipal de Saúde e o Ministério Público, que vão monitorar as denúncias feitas pela comissão de moradores.

Veja as fotos da atividade no nosso álbum virtual.

O órgão foi representado no evento por Susane Ribeiro, assessora da secretaria, que garantiu que as três últimas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) que estavam sem médico devem contar com a equipe completa a partir da próxima semana. Segundo ela, a maior dificuldade para cobrir os 28 núcleos de PSF da cidade é semelhante ao que se observa em outros municípios: a falta de disposição de profissionais médicos para atuar na área. “A gente não consegue comprometimento dos médicos com o programa, muitas vezes ficamos reféns de profissionais que não cumprem com a proposta da Saúde da Família porque é isso ou ficar sem atendimento nenhum”, desabafou.

A atividade foi motivada a partir de uma pesquisa realizada pelo projeto Juntos Pelo Desenvolvimento com os moradores de São Bento. Os resultados demonstram que 63% dos moradores do bairro estão totalmente insatisfeitos com o serviço de saúde, um em cada quatro deles apontou que o atendimento é ruim, irregular e insuficiente para dar conta das demandas da comunidade, não chegando a todas as pessoas que precisam, além da demora para a realização de consultas e exames e entrega da medicação. Além disso, a comunidade reclamou do espaço, das condições de trabalho da equipe e da falta de um local adequado para aguardar atendimento.

Durante a conferência, vários moradores apresentaram suas queixas, como José Cordeiro de Lima, de 73 anos, 70 deles morando em São Bento, que reclamou da necessidade de buscar atendimento médico fora da cidade. “Por que eu tenho que sair daqui para Jaguaribe, em João Pessoa, pra falar com um médico se eu adoeço?”, questionou. Já Maria Aparecida Oliveira relatou que, ao acompanhar seu genro numa internação em hospital da cidade, teve que ameaçar chamar a imprensa para conseguir atendimento. “Procurei a Secretaria e lá eles fizeram o encaminhamento que resultou no atendimento, mas a gente não pode ficar dependendo deste tipo de relação para ter acesso a um direito”, reclamou.

Para o farmacêutico Jailson Vilberto, que é conselheiro de saúde em João Pessoa e, durante o evento, fez uma apresentação de como funciona o sistema de saúde brasileiro, a participação da comunidade é indispensável para uma mudança do quadro atual. “A promoção de saúde em Bayeux não pode ser igual à feita em João Pessoa, não dá pra chegar com um modelo pronto e implantar sem consultar a comunidade sobre o que ela precisa. E, para a maioria dos que estão aqui, este é o primeiro momento da vida em que o poder público ouviu suas dificuldades e necessidades”, destacou.

Entre as sugestões apontadas pela própria comunidade para resolver a atual situação, 99% dos entrevistados pela pesquisa responderam que é preciso ampliar o quadro de médicos, mas também houve sugestões de aumentar a quantidade de medicamentos (91%) e de visitas dos agentes de saúde às residências (62,5%), e, se possível, o número de equipes do PSF na região (82,6%).

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