As tardes empurrando o carrinho de frete na feira do Grotão, bairro onde mora, teimaram muito, mas saíram da rotina do estudante Antônio Carlos Veloso Correia de Oliveira Júnior, conhecido como Carlinhos, 15 anos. Ele trabalhava na feira junto com os irmãos para ajudar a mãe desempregada, até que foi parar numa das turmas acompanhadas pela Pastoral do Menor, parceiro local da Concern Universal no Brasil, onde chegou com fama de hiperativo. Seu educador tinha dificuldades para mantê-los ob controle, já que Carlinhos demonstrava desde o princípio uma grande liderança na turma, mas direcionada para o mau comportamento.
A solução do problema? Confiar no seu potencial. Foi essa a aposta que a própria Pastoral do Menor fez ao inseri-los nos espaços de representação e de capacitação sobre direitos. Diante da oportunidade, registrou-se uma virada na vida de Carlinhos: ele se deu conta dos danos que o trabalho infantil provocariam no seu futuro e que dentro do grupo ele tinha chances de crescer e aprender a ser um cidadão.
Mesmo não se sentindo protegido pela mãe, que enfrentava muito outros problemas, ele persistiu, aprendeu quais são seus direitos e hoje se transformou num multiplicador do conhecimento que recebeu. Aliás, ele é uma das esperanças da Pastoral do Menor para a equipe de educadores/as do futuro da entidade. “Eu me identifico muito com o trabalho com crianças e adolescentes e queria muito continuar com isso quando eu for adulto”, conta.
Em 2009, Carlinhos voou alto: participou do Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no Rio de Janeiro, onde trocou experiências com adolescentes de todo o mundo. A experiência fortaleceu sua liderança e em março desde ano ele compôs a mesa de abertura do Seminário de Erradicação do Trabalho Infantil, em João Pessoa. Seu sonho? “Eu quero ser conselheiro tutelar na região onde moro para defender os direitos de outras crianças e adolescentes como eu”, profetiza.
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